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simply dreamer, sportsman

sexta-feira, novembro 25, 2005

Uma Questão de Identidade:
A (Auto-)Determinação da Quinta da Ferreira

Uma nota prévia face ao abaixo descrito: não há a intenção deliberada de ferir susceptibilidades a eventuais sectores sociais, contudo, há uma intenção clara de avaliar seriamente a questão em apreço e que a mesma triagem visa, quanto muito, devolver a dignidade e o reconhecimento entre pares de um determinado grupo social que reclama para si mesmo o estatuto identitário próprio.
Uma ressalva complementar: a presente resulta de uma predisposição individual, cujo teor pode não obter concordância, total ou parcial, junto de outros conterrâneos. Há também quem alinhe pela mesma diapasão e que possa exercer esse direito de expressão sob um forma mais moderada ou mais fundamentalista.
O estatuto da identidade da Quinta da Ferreira tem sido negligenciado tanto pela administração pública local como por alguns aglomerados sociais confinantes.
Em matéria dos núcleos confinantes, é reconhecido um histórico demasiado longo reclamando cada um para si a posse 'social' e 'administrativa' da parcela geográfica em questão.
Nem Marvão, nem Samel (freguesia de Vilarinho do Bairro, concelho de Anadia) são 'donos' - nem o chegaram a ser, sequer! - da Quinta da Ferreira. Mesmo que simbolicamente, os núcleos enunciados não têm sequer legitimidade moral para reclamar da referida posse administrativa.
Reveste-se de uma importância acrescida falar do tema quando instados a pronunciar, de forma pacifica (em actualização)

cesar f

In memoriam (Armindina Silva, 1914-2004)
Carta Aberta aos Corpos Sociais da Sociedade Filarmónica de Covões – Cantanhede (II)




· Os reclamantes Maria Alice e Mário Augusto procederam nessa mesma reunião ao pagamento da quantia sugerida pelo presidente de direcção citado sob a modalidade de cheque, documento número 19553034 sobre o balcão de Cantanhede da Caixa Geral de Depósitos;
· Nessa mesma reunião foi passado pelos serviços da Sociedade Filarmónica de Covões o recibo 58/04, de 3 de Dezembro;
· O documento a pagamento atrás mencionado foi objecto de quitação no dia 7 de Dezembro de 2004;
Assim e nos termos legais, nomeadamente ao abrigo do disposto nos artigos 61º, 64°, 66º e 100º a 105° do Código de Procedimento Administrativo, solicitam a V. Ex.a:
1. A consulta de documentação e arquivo eventuais nos serviços da Sociedade Filarmónica de Covões e, caso necessário, a passagem de devidas certidões ou fac-similes autenticados;
2. A convocatória de uma Assembleia-geral extraordinária da Sociedade Filarmónica de Covões, bem como todos os associados e órgãos sociais da referida instituição;
3. O imediato reembolso da quantia de quinhentos €uros (€500,00) aos ora reclamantes;
4. Um pedido formal de desculpas por parte dos órgãos sociais da Sociedade Filarmónica de Covões aos supracitados reclamantes face ao dano daí decorrente.
Considere-se sem efeito o presente requerimento caso haja lugar, entretanto, à resolução das alíneas 3 e 4.»
O transcrito devolve notoriedade e razão aos reclamantes à luz dos estatutos em vigência no período de ocorrência dos factos, cabendo também ilustrar a banca de mercado em que se transformou a reunião de 3 de Dezembro último, em que o presidente da Sociedade, como que assumindo um papel de comerciante, colocou os termos da venda, como se regatear estivesse em causa, nos seguintes moldes: “quanto querem pagar?”.
Ao expediente citado não se obteve qualquer tipo de resposta, o que sobreleva a qualidade administrativa como a referida Sociedade diligenciou o assunto em apreço, quiçá, actualizando agora o estado das coisas, o mesmo procedimento se apresente como um acto rotineiro à imagem da figura do seu presidente. O quão estranho também o facto dos seus parceiros de direcção, e outros, permanecerem caladinhos e não poderem exercer o seu direito de opinião e de contestação…
Existe, pois, algo mais para além da oratória eloquente do visado, como será também curioso confirmar a vertente vexatória que esse mesmo actor imprime ao acusar, sistematicamente, outrem de acometimento de lapsus linguæ.
Um semestre foi necessário para que fosse convocada uma assembleia-geral, ordinária por sinal! E há quem afirme do desconhecimento da autoria da mesma convocatória, da estranha hora proposta para o plenário, dos objectivos inerentes… (e as dúvidas vão para além do âmbito da Sociedade citada)
Claro está que o assunto contido na presente carta aberta não foi sequer aflorado como também curioso foi o ponto de ordem que referenciava “informações e esclarecimentos aos sócios, no gozo da plenitude dos respectivos direitos” (cf. p. 7, trimensário Boa Nova, nº 2840, de 26 de Junho de 2005).
Instados a comentar o caso que motiva a presente, alguns conterrâneos, uns mais anónimos que outros, sugeriram bem o que lhes ia na alma e não importa aqui referir as designações que os mesmos imputam ao presidente contestado – não seria de bom tom evidenciar aqui o simbólico e o vernáculo dessas atribuições.
No entanto e face ao descrito, cabe denunciar o autoritarismo, o veto à liberdade de expressão de outros pares sociais, o egocentrismo, a promoção pessoal, o deficit altruísta manifestados pelo presidente da Sociedade supra.
Porque o tempo tem o hábito de dar razão, subscrevem.

*Maria Alice S. Ferreira
*Dina Francisco
*César Francisco
*Mário A. A. Francisco

post scriptum2: assim vai a gestão institucional da nossa freguesia e a gentalha que, em regime de comando totalitário, se vai aproveitando da sua representação oficial. Assim vai a vida associativa da «nossa terra»...





          quarta-feira, novembro 23, 2005

          2002-2005 * versão 4.0

          (brevemente)

          césar f

          In Memoriam (Armindina Silva, 1914-2004)
          Carta Aberta aos Corpos Sociais da Sociedade Filarmónica de Covões - Cantanhede (I)

          Cabe na presente a denúncia da correspondência expedida ao cuidado do «Ex.mo Sr. Presidente da Assembleia-geral da Sociedade Filarmónica de Covões, Deniz Cruz de Ramos Padeiro (Dr.)», sob o registo postal RO049822466PT, de 23 de Dezembro de 2004, com aviso de recepção e cuja entrega ocorreu em 28 de Dezembro de 2004.
          O conteúdo desse expediente segue abaixo transcrito.

          «Maria Alice S. Ferreira, (…) Dina Francisco, (…) César Francisco, (…) Mário A. A. Francisco, (…) habitualmente residentes na (…) freguesia de Covões, concelho de Cantanhede, na qualidade de representantes legais, a titulo póstumo, de Armindina Silva, associada número 2, denunciam o abuso de poder e o vicio de forma diverso contidos na acção administrativa do presidente da direcção da Sociedade Filarmónica de Covões, concelho de Cantanhede, Paulo Oliveira.
          E os factos de denúncia referem:
          · A associada número 2 (dois) formaliza adesão à Sociedade Filarmónica de Covões a 5 de Abril de 1987, sob a designação viúva de Alfredo Ferreira;
          · A 20 de Outubro de 1988 falece Alfredo Ferreira que, na condição de associado da mesma Sociedade, usufruiu de pleno direito e gratuitamente, conforme estatutos, do serviço de cortejo fúnebre com presença da Sociedade Filarmónica de Covões;
          · A 23 de Novembro de 2004 atesta-se o óbito, de facto, nos serviços do Hospital Distrital de Cantanhede Arcebispo João Crisóstomo, da associada número 2;
          · A agência funerária Palhacense, Lda., contratada para formalizar as exéquias fúnebres da associada supracitada, diligencia todos os contactos inerentes, sendo estes extensivos aos serviços da Sociedade Filarmónica e encetados no dia 24 de Novembro de 2004, sendo devolvida a informação de que, administrativamente, a associada número 2 tinha quotas em atraso;
          · A 25 de Novembro de 2004, pelas 15h:OOm, realiza-se o cortejo fúnebre a partir da residência, ao tempo da ocorrência, na localidade da Quinta da Ferreira, freguesia de Covões, comparecendo um agrupamento de 17 (dezassete) executantes pertencentes ao quadro da Sociedade Filarmónica de Covões;
          · Entre os dias 28 de Novembro e 3 de Dezembro de 2004, o agente fúnebre supra informa seus contratantes que era devida a quantia de €500,OO (quinhentos €uros) à referida Sociedade pelos serviços prestados;
          · Curiosamente, foi recolhida uma informação fidedigna que no dia 18 de Novembro de 2004 a mesma Sociedade cobrou a mesma quantia por serviço idêntico na freguesia vizinha de Mamarrosa, concelho de Oliveira do Bairro, sendo a comitiva constituída por 15 (quinze) executantes.
          · Ao ponto acima referenciado importa ainda mencionar da condição de não associado(a) do(a) finado(a) à Sociedade supracitada;
          · Ao tomarem conhecimento da informação contida no ponto anterior, após várias consultas e conselhos de não procederem ao pagamento (valor pecuniário em excesso; argumentação sustentada em factos de comparação), os ora reclamantes Maria Alice e Mário Augusto decidem pela comparência, urgente, em reunião de direcção da Sociedade citada, impelidos pelos motivos anteriormente descritos, i.e., a posição da Sociedade citada configura uma situação estranha e tremendamente injusta face ao assunto em apreço;
          · A 3 de Dezembro de 2004, comparecem a reunião de direcção os ora reclamantes Maria Alice e Mário Augusto, respectivamente filha e genro da associada número 2;
          · Na reunião de direcção atrás mencionada apenas foram intervenientes orais os reclamantes atrás referenciados e o presidente de direcção da Sociedade Filarmónica de Covões, Paulo de Oliveira, considerando-se os restantes elementos presentes como meros assistentes;
          · Pelo presidente da direcção foi afirmado que era devida a quantia de €500,00 (quinhentos €uros) a compensar pelos ora reclamantes em função da perda de titularidade de associada número 2 (…);
          · O mesmo presidente argumentou (…) da eventual morte presumida da supracitada associada;
          · O mesmo presidente não demonstrou com prova de facto do eventual processo de re-filiação dos associados da Sociedade Filarmónica de Covões e se esse mesmo processo foi de facto executado de uma forma transparente, linear e transversal;


          Os Familiares,

          • Maria Alice S. Ferreira
          • Dina Francisco
          • César Francisco
          • Mário A. A. Francisco

          post scriptum: porque a saudade o exige, esta carta aberta saúda e mantém acesa a memória do ente querido que há um ano deixou o reino dos vivos (e destes, os que tão nobre e, por oposição, os que tão vergonhosamente contribuiram de forma distinta para celebrar esse acto simbólico da partida). Assim, vai o reino dos vivos à mercê de quem «nos» vai comandando a vida e se enconde aliás atrás da aparente forma de estar em comunidade clerical.

          segunda-feira, novembro 14, 2005

          Esquecimento(s)...

          Um mês volvido após as recentes eleições autárquicas, e respectiva tomada de posse pelos novos órgãos autárquicos, esqueceu-se o investigador minhoto e ora presidente de câmara de retirar todo o lixo de propaganda política, particularmente, o da própria campanha.

          Lembrando eventualmente a figura de um qualquer encarregado ou engenheiro de obras motivado a observar e a gerir presencialmente a colocação do dito próprio material de (pré)campanha e propaganda, o mesmo critério não ter sido levado a cabo para a recolha posterior.

          Apesar da INOVA realizar periodicamente recolha de monstros não será legítimo obrigar esse serviço a executar tal tarefa. Venha daí o promotor limpar o lixo que fez!

          Para quando a retirada, nomeadamente, da tarja em forma de coluna junto ao café Catita, Quinta da Ferreira?

          Começamos mal...



          césar f

          2002-2005 * versão 3.0


          A exequibilidade tanto técnica como política do projecto 2002-2005 é demonstrada, parcialmente, a partir de uma iniciativa do executivo laranja aproveitando-se esse órgão de uma proposta nossa de criação do bilhete de identidade da freguesia: os simbolos heráldicos!


          Sem margem para dúvida a legitimidade com que assumo, em nome desse projecto, a paternidade dessa criança! Está documentado...

          De resto, além do vazio genérico em termos de discussão de ideias (e sua validade) de iniciativa laranja, o resultado mais tangível foi o confronto constante e sem tréguas da nossa minoria face à representatividade de forças vivas e ocultas que determinam e decidem os destinos e a involução da freguesia de Covões. É caso para questionar: para onde caminhamos?

          Os ânimos exaltados e os desvios de tema de discussão como disfarce da débil (contra)argumentação, particularmente do presidente do executivo, formaram uma imagem consistente da gestão corrente quanto a assuntos de importância vital para a freguesia.

          Confesso que, por vezes, os plenários deram «pica» não fosse a devolução aqui e ali insultuosa por parte da voz no poder.

          Recordo particularmente o plenário (30 de Setembro de 2004) em que em jeito de apronto aquando dos Outros Assuntos, e último ponto da ordem de trabalhos, resolvi dissertar sobre uma miríade de notas finais onde a mais marcante foi ter acusado os serviços municipais de negligência e homicídio involuntário pela forma como foram desenhadas e construídas as rotundas da EN335 situadas em Marvão. Além de outras alegações factuais...

          Resultado: pela primeira e única vez fui impedido pela bancada social-democrata de prosseguir raciocínio e oratória e advertido quanto ao tempo de intervenção. Fiquei a meio das notas...

          Valeu-me a intervenção e a pele a salvo por intermédio do vogal Fernando Reste (partido social-democrata)... pelo facto, uma nota de agradecimento pela defesa da minha honra.

          Como em tudo na vida e falando de bons e de maus, devo reconhecer quais as pessoas que neste último mandato se pautaram pela positiva, pela indiferença e pela negativa.

          Pela positiva destacaria as conversas de canto com os vogais Nuno Florindo e Fernando Reste, o secretário do executivo (Messias Simões) e o Manuel (do «Botafogo») da Malhada.

          Asinalo as prestações negativas dos presidentes de junta e assembleia, respectivamente Cílio Santos e Amândio Santos. Duas figuras de destaque institucional mas reveladoras de um elevado défice de natureza funcional e administrativa, revelando também que as relações interpessoais não são propriamente o seu forte.

          Os restantes elementos não me merecem particular referência ainda que sobre o primeiro secretário da dita assembleia recaiam dúvidas de mérito e exercício administrativo enquanto relator e escrivão das actas de plenário. Sobre o mesmo pende também a ideia da subjugação das opiniões e motivações pessoais face às motivações e interesses do seu líder.


          césar f

          terça-feira, novembro 08, 2005

          2002-2005 * versão 2.0

          As dificuldades que enfrentei entes último quadriénio foram muitas e começaram mesmo antes da ida às urnas em Dezembro de 2001.

          Os contratempos da candidatura foram, contudo, facilmente ultrapassados em virtude dos elementos mais destacados da lista candidata à qual orgulhosamente liderei, obviamente sem demérito para os restantes membros, serem gente que acredita, gente que não vira a cara à luta e de vencer grandes desafios. Como se costuma dizer: gente com sange na guelra! A eles e a elas aqui fica um público agradecimento.

          Tivémos de lidar com o terrorismo político e a destruição de material promocional, facto que, curiosamente, levou a localidade de Marvão a servir de palco e a reincindir em actos de desrespeito pelas manifestações opositoras às hordas leais à candidatura social-democrata. São atributos que envergonham tanto a mim que estou íntima e afectivamente ligado a Marvão como aos dignos conterrâneos que zelam por outros valores de vida em sociedade, particularmente, o aspecto comportamental do respeito mútuo.

          Nas urnas e face à conjuntura visível no período dos acontecimentos, a primeira vitória simbólica: a nossa eleição!

          Goraram-se então as altas expectativas da principal candidatura opositora... (o cds-pp apresentou-se moribundo; irreconhecível face aos anos de governação e vitima da orfandade à qual foi votado após a deserção para o partido social-democrata dos seus principais mentores, líderes e interlocutores locais - Alcides M. e Cílio S.; o povo aqui revela ter a memória curta e é evidente como a ânsia do poder tem o seu custo...)

          E as vitórias, embora simbólicas, começaram a contar a nosso favor.

          Pela primeira vez foi dado a conhecer um caderno reinvindicativo e plano de acção quadrienal caracterizado pelo seu fulgor audaz, pela sua transversalidade e fundamentalmente pela sua exequibilidade. A importância desse documento é tanto mais evidente quanto a cópia às propostas nele contidas a servirem de plano de trabalho para o executivo em exercício. Afinal, temos ou não temos valor? Quem ficou ou vai ficar com os louros das ideias dos outros?

          Na altura foi esta a nossa imagem corporativa:


          20 propostas estão documentadas e não se limitavam ao mero expediente de limpar valetas e de fazer pequenas obras ao fiel clientelismo.


          césar f

          2002-2005
          * versão 1.0


          Ufa! Ainda bem que expirou o prazo de validade!


          Suspirei de alívio pelo facto de ter terminado o mandato de vogal na assembleia de junta da freguesia de Covões.

          Saio de consciência tranquila, ciente de que fiz o melhor (ou na falta desse melhor persistiu sempre a tentativa de o alcançar) para defender os interesses da minha terra, da minha freguesia num propósito de isenção, de independência, de autonomia e de respeito pelas pessoas e instituições envolvidas.

          Numa terra onde é muito difícil ser do contra e num tempo de conjuntura política complexa e atribulada resolvi dar a cara pela defesa intransigente da causa pública, do interesse público comum. A experiência e avaliação feita permitem-me afirmar que os que andam por lá há mais tempo fazem-no com outro propósito!

          Dei a cara fazendo jus à minha independência partidária, o que para muitos é motivo de difícil compreensão e aceitação.

          Mas foi essa condição de independente que coloquei há quatro anos atrás ao convite formulado pelos conterrâneos O. Mineiro e N. Moreira para poder aceitar o patrocínio do partido socialista.

          O facto de ser o primeiro ou último nome a ser proposto é irrelevante e não é argumento que sustente qualquer tese de avaliação técnica e política, ou dito por português corrente: são tretas da oposição.

          A irrelevância de tal argumento perde tanta ou quanta originalidade face ao epílogo: fui eu que aceitei o convite, condição sine qua non, e não o fiz de ânimo leve.

          E aqui faço uma ressalva dizendo as coisas pelo seu verdadeiro sentido: o último nome sondado pelo partido socialista supera o perfil do primeiro auto-proposto do partido social-democrata. Assumo-o, sem mais mais reparos, tendo em conta critérios de ordem técnica, académica, relacional, política e até mesmo a discrição na vida activa.

          césar f

          sexta-feira, novembro 04, 2005

          A Comuna

          Longe vão os tempos em que era natural ouvir os meus conterrâneos narrar episódios de ataque e perseguição pessoal aos que, particularmente, pela sua experiência pessoal, vivência académica e consciência de liberdade optaram por tornar públicas as suas preferências político-ideológicas que, por estranho que pareça, remavam em sentido oposto ao normalmente instituído e dominante.

          No meu entender, esse "normalmente instituído e dominante" tem um sentido errático e não é uma forma saudável de estar em comunidade. Contudo, essa normalidade institucional e prevalência funcional, por defeito, servem de incentivo, como de "pão para a boca" se tratasse, a uma maioria orientada pelos valores da democracia cristã e da popular e social democracia.

          Tal longevidade tem tanto de ancestral ou "pré-histórico" como de contemporâneo: é um facto que se denuncia e que se confirma.

          Não é nada de pessoal, nem de grupal sequer, a oportuna e pública forma de manifestar a oposição contra o sentido de voto democrata-cristão e popular social-democrata, mas sim contra a subserviência política, a alienção do social, do solidário e do comunitário a favor de interesses completamente à margem da utilidade da causa pública.




          O déficit de cultura política de base e muito particularmente aquilo a que chamo de iliteracia político-ideológica marcam indelevelmente o tal sentido de voto colectivo pro-direita, o negar espontâneo e duradoiro à discussão de ideias de outras sensibilidades e projectos políticos e o alto patrocínio à eleição de órgãos autárquicos locais os quais teimam em arremessar, continuada e reiteradamente, decisões de natureza hostil, abuso de poder, autismo funcional, déficit relacional, sobrevalorização dos interesses pessoais, ostentação social, etc..

          Como se pode constatar, ser do contra na freguesia de Covões, Cantanhede, além da dificuldade do seu exercício é (e pelo que é possível avaliar no imediato, perdurará por mais algumas gerações) a ostentação de um rótulo, rótulo esse visto como um simbolo de atributos tais como: leproso político, herege, comuna, socialista, comunista, o/a fulano/fulana da foice e do martelo...

          ...até onde a memória e a imaginação nos permita aceder!

          A subjugação aos interesses dos grandes senhores da terra, dos grandes proprietários e, numa versão mais recente, aos gurus do empresariado local, continua a ser o farol que ilumina politicamente as mentes quasi acéfalas dum eleitorado elegível que peca pela sua maioria envelhecida e pela baixa qualificação em termos académicos e de cultura política.

          césar f